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E G#m F#m B7(9)
Velho sino, hoje esquecido
E G#m
Velho sino azinhavrado
F#m7 B7
Na sua torre, subido
E G#m
Na sua torre calado!
F#m7 B7
No entanto, vibrara outrora
E G#m7
Sua voz clara e sonora
F#m B7
De bronze sonoro e novo!
E G#m7
Era o brado decisivo
F#m7 B7
Era o chamado incisivo
E G#m7
Do Rei, chamando o seu povo
C#m7
Erguido na sua torre
G#m7
Pequena, branca e tranquila
C#m7
Não dobra para quem morre
G#m7
O velho sino da Vila
C#m7
Ele fala do tributo
G#m7
Do julgo ferrenho e bruto
C#m7
Dos decretos e das leis
G#m7
Espalha nos arredores
F#m7
Sentenças de alcaides-mores
B7 E
E alvarás de vice-reis
C#m7
Termina a guerra entre Holanda
G#m7
E Portugal vencedor
C#m7
El-rei D.João IV manda
G#m7
- Manda El-Rei nosso Senhor -
C#m7
Notícias das pazes feitas
G#m7
E que as despesas refeitas
C#m7
Deseja, sem mais tardança
G#m7
O sino reúne o povo
F#m7
Que paga o tributo novo
B7 E
A João IV de Bragança
E G#m7 F#m7 B7(9)
Vai o Rei para a batalha
E F#m7
Com sua gente de prol
E G#m7
Pendão que ao vento farfalha
E B7
Armas luzidas ao sol
C#m7 G#m7
Volta o Rei... Que altas façanhas!
C#m7 G#m7
Que heroicidades tamanhas!
F#m7 B7
Exulta do reino a grei
E G#m7
E na sua torre em festa
F#m7 B7
A voz do sino é uma gesta
C#m7 B7
Cantando a glória do Rei!
C#m7 G#m7 F#m7 B7(9)
É noiva a formosa infanta
C#m7
Fidalga flor portuguesa
G#m7
- Um tributo, o sino canta
C#m7
Para o enxoval da princesa!
G#m7
Reinava José I
C#m7
E alçava o cetro altaneiro
G#m7
A mão do grande Pombal
C#m7
Um dia o sino ressoa
F#m7
- É uma ruína Lisboa
B7 E
Cabeça de Portugal!
C#m7
O povo acode ofegante
G#m7
Manda sua majestade
C#m7
Que é mister que se levante
F#m7
Das cinzas a grã cidade
C#m7
Ouve contristada a gente
G#m7
A nova estranha e pungente
C#m7
Do desastre sobre-humano
G#m7
E depois para soerguê-la
F#m7 B7
Das cinzas ainda mais bela
E
- Tantos cruzados por ano
E G#m7 F#m7 B7(9)
Mas, um dia o sino chama
E B7
Com desusado chamar
E G#m7
- Que coisa o reino reclama?
E B7
Que nova vem de além mar?
C#m7 F#m7
Tilinta o sino nervoso
G#m7 E
E o povo corre, sequioso
F#m7 B7
Ao toque insistente e forte
E G#m7
Ouvirá toda essa terra
F#m7 B7
Novo imposto, voz de guerra
E B7
Dura sentença de morte?
C#m7 G#m7 F#m7 B7(9)
Não! Aquele som, tinindo
F#m7 G#m7
Por céu de tanta magia
C#m7
Era um estuo saindo
G#m7
Do coração da Bahia!
C#m7
Era o primeiro chamado
G#m7
Era o grito alvoroçado
C#m7
Grito de guerra: - lutar!
E F#m7
Era a própria alma da Vila
F#m7 B7
Ali, na torre tranquila
E
O velho sino a tocar
C#m7
Já não era o chamamento
G#m7
Para os decretos reais
C#m7
Era a voz de um instrumento
G#m7
Vibrando em notas marciais
C#m7
Era um clarim de combate
G#m7
Tocando, intenso, o rebate
F#m7
Era a voz desse alvará
E F#m7
Que o Brasil, grande e soberbo
E F#m7
Ia ditar, verbo a verbo
E
Nos campos de Pirajá
E G#m7 F#m7 B7(9)
Era o clamor incessante
G#m7
Desse soberbo rincão
F#m7
Chumbado ao cepo humilhante
G#m7
De secular servidão
F#m7
E a voz do sino tinia
G#m7
Clara e sonora... Dir-se-ia
F#m7
Que da própria imensidade
G#m7
O mesmo Deus de justiça
F#m7
Tocava, chamando à missa
G#m7 B7
E ao Te-Deum da liberdade
C#m7 G#m7 F#m7 B7(9)
Velho sino redivivo!
F#m7
Vibras cem anos depois
G#m7
Como outrora decisivo
F#m7
Em junho de vinte-dois
G#m7
O teu repique argentino
F#m7
Se derrama - velho sino! -
G#m7
Por céus tão claros, de anil
F#m7
Voz excelsa, voz da História
G#m7
Ressonas tocando a glória
F#m7 E F#m7 C#m7 G#m7
Dos heróis e do Brasil
Written by Daniel Nascimento / Arthur de Salles