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(trecho falado)
'- Dia cumpadre!
- Dia!
- Ê cumpadre... Mas, hoje eu tirei um tempinho pra
- visitar o sinhô viu sô?
- É mermo é?
- A gente anda muito atarefado né?
- É
- Quase num dá tempo de
- Sei
- Visitá os cumpade mas
- É
- Hoje eu arrumei um tempo pra vim aqui!
- Satisfação minha!
- Cumé qui anda as coisa por aqui cumpade?
- Tá bão... maimenu... maioumenu
- Óia, lá pra mim, num anda muuuuito bão não cumpade!
- Tá não?
- Pois é, o trem pra lá anda mêi fêi
- Tá ruim?
- É o sinhô sabe que... eu sei lá cumpade mas
- Hum
- Eu até vim aqui, acho mêi sem jeito de falá com
- o sinhô mas
- É?
- Pricisei vim!
- E quar qui é seu gáio?
- É... é o siguinte cumpade! Eu vim... queria saber
- se o sinhô pode imprestá dois mir conto pra mim?
- Dois mir?
- Sim!
- Dois mir!
- Eu preciso de dois mir!
- É... bão... cuntece cumpadre que eu também tenho
- umas conta pá pagá sabe?
- É cumpade... mas, dependênu da data que o sinhô tem
- o vencimentu eu trago pru sinhô de vorta!
- Dáaaqui puns trinta dia, eu vô pricisá desse dinhêro!
- Se o sinhô mi imprestá
- Hã!
- Eu pago o sinhô cum quinze!
- Cum quinze?
- Quinze dia!
- É... intão eu impresto!
- Ê cumpade! sinhô mi quebrá, eu vô ficá devênu ubrigação
- pro sinhô!
- Ô MUIÉ! pega esses dois mir que tá nu fundu baú trais aqui
- pu cumpade pra disapertá ele!
- Ê cumpade!
- Hum!
- Só o sinhor mermu pra fazer uma coisa dessa pra mim viu?
- Mái óia aqui! Eu ispero nu máximo trinta! trinta dia!
- Mái eu pago cum quinze cumpadi!
- Paga?
- Óia, daqui a quinze dia eu tô aqui!
- Tá!
- Eu sabia que o sinhô ia quebrá meu gáio cumpade!
- Brigaaado! Daqui a quinze, eu tô aqui de novo!'
F# C#7
Eu vou quebrar o seu galho, o dinheiro eu empresto
F#
Para evitar que seu nome seja sujo no protesto
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Amigo é pra essas horas, a gente faz o que pode
C#7
Isso é coisa provisória, será nossa promissória
F#
Sua palavra e seu bigode
F# C#7
Passaram os 30 dias o nosso prazo venceu
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Esperei o meu amigo, ele não apareceu
B F#
Eu fui lá na casa dele, mas ele achou ruim
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Naquele exato momento, eu falei do vencimento
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Ele respondeu assim
- Cumé qui vai cumpade?
- HUMRUM... EU VÔ INU MAI OU MENO!
- É... eu também tô maizumenu pu quê os dois
- mir conto que o sinhô imprestô di mim lá em casa
- tá fazênu farta!
- EU NUM TÔ INTENDÊNU U QUE O SINHOR TÁ FALANU CUMPADE!
- É... quando a gente deve, a gente num intende cum
- facilidade mermu né cumpade! Mái, aquele dois mir
- conto que o sinhô me imprestô, ieu falei que eu
- isperava trinta dia! Sinhô falô nãaao! com quinze
- eu paaaago! Já tá cum quarenta, i o sinhô té agora
- num si isplicô!
- ÓIA EU VÔ DIZER UMA VERDADE PU SINHOR! DE TANTO QUE
- EU JÁ EMPRESTEI, PRA TANTA GENTE QUE EU TÔ DEVENDO
- QUE EU NEM LEMBRO MÁI DESSE NEGÓCIO AÍ VIU
- É... mái carece di lembrá... purquê dois mir conto
- são dois mir conto! fais farta né cumpade?
- SINHÔ QUÉ SABÊ DUMA COISA?
- Hum
- U SINHOR TÁ FALANDO É MUITA BESTEIRA NA PORTA DA
- MINHA CASA!
- Ô cumpade! o sinhô tá querênu, que eu vorte a pé
- pra Minas Gerais? num dá!
- ÓIA CUMPADE! SE O SINHOR NUM FOR IMBORA DAQUI
- EU INDA VÔ TI CORTÁ DE CHICOTE!
- Não... não, não, não, não... não, não
- Num... violência naum!
- Num pricisa cortá di chicote naum! eu vorto a pé
- Mas, panhá eu num panho!
- E qué sabê duma coisa? Esses dois mir cruzêro
- Fica di ismola!
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Eu perdi o meu dinheiro, perdi o amigo também
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Agora de hoje em diante não empresto um vintém
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Me serviu como um exemplo, foi meu derradeiro trampo
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Quem estiver apertado, quiser dinheiro emprestado
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Que vá emprestar no banco
Written by Joao Aparecido Goncalves, Aldair Teodoro da Silva