roll up this ad to continue
Luar do sertão
Pedro de Alcântara e
Catulo da Paixão Cearense
D Bm Em
Não há, oh! gente, oh! não
Em9 A7 D A7
Luar como esse do sertão!
D Bm Em
Não há, oh! gente, oh! não
Em9 A7 D A7
Luar como esse do sertão!
D
Oh! que saudades
Bm Em
Do luar da minha terra
G A7
Lá na serra branquejando
D A7
Folhas secas pelo chão!
D
Este luar
Bm Em
Cá da cidade tão escuro
G A7
Não tem aquela saudade
D A7
Do luar lá do sertão!
(Refrão)
D
Se a lua nasce
Bm Em
Por detrás da verde mata
G A7
Mais parece um sol de prata
D A7
Prateando a solidão!
D
E a gente pega
Bm Em
Na viola que ponteia
G A7
E a canção é a lua cheia,
D A7
A nos nascer no coração!
(Refrão)
D
Quando vermelha,
Bm Em
No sertão, desponta a lua,
G A7
dentro d'alma, onde flutua,
D A7
Também rubra nasce a dor!
D
E a lua sobe
Bm Em
E o sangue muda em claridade
G A7
E a nossa dor muda em saudade
D A7
Branca, assim, da mesma cor!
(Refrão)
Ai, que me dera
Que eu morresse lá na serra,
Abraçado a minha terra
E dormindo de uma vez!
Ser enterrado
Numa grota pequenina
Onde, à tarde, a sururina
Chora a sua viuvez!
(Refrão)
Diz uma trova,
Que o sertão todo conhece,
Que se à noite o céu floresce
Nos encanta e nos seduz!
É porque rouba
Dos sertões as flores belas
Com que faz esssas estrelas
Lá no seu jardim de luz!
(Refrão)
Mas como é lindo
Ver, depois, por entre o mato,
Deslizar, calmo, o regato,
transparente como um véu!
No leito azul
Das suas águas murmurando,
Ir, por sua vez, roubando
As estrelas lá do céu!
(Refrão)
A gente fria
Desta terra sem poesia
Não se importa com essa lua,
Nem faz caso do luar!
Enquanto a onça
Lá la verde capoeira
Leva uma hora inteira
Vendo a lua a meditar!
(Refrão)
Coisa mais bela
Neste mundo não existe,
Do que ouvir um galo triste
No sertão, se faz luar!
Parece até
Que a alma da lua é que descanta
Escondida na garganta
Desse galo a soluçar!
(Refrão)
Se Deus me ouvisse,
Com amor e caridade,
Me faria esta vontade,
O ideal do coração!
Era que a morte
A descantar me surpreendesse
E eu moresse numa noite
De luar do meu sertão!
(Refrão)
Roberto Crescioni
[email protected]
Bauru, 20 de agosto de 2008
Written by Catulo da Paixão Cearense / João Pernambuco