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Gondoleiro do Amor
Salvador Fábregas sobre parte
do poema de mesmo nome de
Castro Alves (abaixo)
com Vicente Celestino
{original em G#
Também gravou Stellinha Egg
D A7 D
Teus olhos são negros, negros,
A7 D D7
Como as noites sem luar...
G E7 A7
São ardentes são profundos
D A7 D D7
Como o negrume do mar.
G E7 A7
São ardentes são profundos
D A7 D D7
Como o negrume do mar.
G B7 Em
Sobre um barco dos amores
A7 D
Da vida boiando à flor,
G E7 A7
Doiram teus olhos a fronte
D A7 D
Do Gondoleiro do Amor.
G E7 A7
Doiram teus olhos à fronte
D A7 D
Do Gondoleiro do Amor.
D A7 D A7
Teu amor na treva é um astro
D A7 D D7
No silêncio uma canção
G E7 A7
É brisa nas calmarias
D A7 D D7
É abrigo no tufão.
G B7 Em
Por isso eu te amo, querida,
A7 D D7
Quer no prazer, quer na dor
G E7 A7
Rosa!, Canto!, Sombra! Estrela!
D A7 D
Do Gondoleiro do Amor.
G E7 A7
Rosa!, Canto!, Sombra! Estrela!
D A7 D
Do Gondoleiro do Amor.
O GONDOLEIRO DO AMOR
Teus olhos são negros, negros,
Como as noites sem luar...
São ardentes, são profundos,
Como o negrume do mar;
Sobre o barco dos amores,
Da vida boiando à flor,
Douram teus olhos a fronte
do Gondoleiro do amor.
Tua voz é a cavatina
Dos palácios de Sorrento,
Quando a praia beija a vaga,
Quando a vaga beija o vento;
E como em noites de Itália,
Ama um canto o pescador,
Bebe a harmonia em teus cantos
O Gondoleiro do amor.
Teu sorriso é uma aurora,
Que o horizonte enrubesceu,
- Rosa aberta com o biquinho
Das aves rubras do céu.
Nas tempestades da vida
Das rajadas no furor,
Foi-se a noite, tem auroras
O Gondoleiro do amor.
Teu seio é vaga dourada
Ao tíbio clarão da lua,
Que, ao murmúrio das volúpias,
Arqueja, palpita nua;
Como é doce, em pensamento,
Do teu colo no languor
Vogar, naufragar, perder-se
O Gondoleiro do amor!?...
Teu amor na treva é - um astro,
No silêncio uma canção,
É brisa - nas calmarias,
É abrigo - no tufão;
Por isso eu te amo querida,
Quer no prazer, quer na dor...
Rosa! Canto! Sombra! Estrela!
Do Gondoleiro do amor.
Recife, janeiro de 1867.
in Espumas Flutuantes - 1870.
Pesquisa e transcrição por
Roberto Crescioni
Bauru, 09 de fevereiro de 2010
Written by Castro Alves / Salvador Fábregas