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Bm Em
Disseram-me um dia, Rita,
Põe-te em guarda,
C9
Aviso-te, a vida é dura,
Põe-te em guarda,
A D
Cerra os dois punhos e andou,
Põe-te em guarda.
F#m C9
Eu disse adeus à desdita
G
E lancei mãos à aventura,
Bm
Ainda aqui está quem falou.
Galguei caminhos de ferro,
Põe-te em guarda.
Palmilhei ruas à fome,
Põe-te em guarda,
Dormi em bancos à chuva,
Põe-te em guarda.
E a solidão não erro
Se, ao chamá-la, o seu nome
Me vai que nem uma luva.
Andei com homens de faca,
Põe-te em guarda,
Vivi com homens safados,
Põe-te em guarda,
Morei com homens de briga,
Põe-te em guarda.
Uns acabaram de maca,
Outros inda mais deitados
E o coveiro que o diga.
(Chorus:)
D F#m
O coveiro que o diga,
G D
Quantas vezes se apoiou na enxada,
D F#m
E o coração que o conte,
G D
Quantas vezes já bateu para nada.
E um dia de tanto andar,
Põe-te em guarda,
Eu vi-me exausta e exangue,
Põe-te em guarda,
Entre o berço e um caixão,
Põe-te em guarda.
Mas quem tratou de me amar
Soube estancar o meu sangue
E soube erguer-me do chão.
Veio a fama e veio a glória,
Põe-te em guarda,
Passearam-me de ombro em ombro,
Põe-te em guarda,
Encheram-me de flores o quarto,
Põe-te em guarda.
Mas é sempre a mesma história,
Depois do primeiro assombro
Logo o corpo fica farto.
Andei com homens de faca,
Põe-te em guarda,
Vivi com homens safados,
Põe-te em guarda,
Morei com homens de briga,
Põe-te em guarda.
Uns acabaram de maca,
Outros inda mais deitados
E o coveiro que o diga.
(Chorus)
J. Chaves Rosa
[email protected]
Written by Sérgio Godinho