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{Intro:} Am9 F7M
Am9
Cama arruma a cama arruma a cama
F7M
Cama arruma a cama arruma a cama
Am9
Cana apanha a cana apanha a cana
F7M
Cana apanha a cana apanha a cana
Trama arruma a trama arruma a trama
Trama arruma a trama arruma a trama
Tranca arromba a tranca arromba a tranca
Tranca arromba a tranca arromba a tranca
Zanga atiça a zanga atiça a zanga
Zanga atiça a zanga atiça a zanga
Fogo ateia o fogo ateia o fogo
Fogo ateia o fogo ateia o fogo
Ponta afia a ponta afia a ponta
Ponta afia a ponta afia a ponta
Canto apruma o canto apruma o canto
Canto apruma o canto apruma o canto
TIRO DE MISERICÓRDIA
João Bosco / Aldir Blanc
{Intro:} Am7(11)
Am7(11)
O menino cresceu entre a ronda e a cana
Correndo nos becos que nem ratazana
Entre a punga e o afano, entre a carta e a ficha
Subindo em pedreira que nem lagartixa
Borel, juramento, urubu, catacumba,
Nas rodas de samba, no eró da macumba
Matriz, querosene, salgueiro, turano,
Mangueira, São Carlos, menino mandando,
Ídolo de poeira, marafo e farelo,
Um deus de bermuda e pé-de-chinelo,
Imperador dos morros, reizinho nagô,
O corpo fechado por babalaôs
Baixou oxolufã com as espadas de prata,
Com sua coroa de escuro e de vício
Baixou cão-xangô com o machado de asa,
Com seu fogo brabo nas mãos de corisco
Ogunhê se plantou pelas encruzilhadas
Com todos seus ferros, com lança e enxada
E oxossi com seu arco e flecha e seus galos
E suas abelhas na beira da mata
E oxum trouxe pedra e água da cachoeira
Em seu coração de espinhos dourados
Iemanjá, o alumínio, as sereias do mar
E um batalhão de mil afogados
Iansã trouxe as almas e os vendavais,
Adagas e ventos, trovões e punhais
Oxum-maré largou suas cobras no chão
Soltou sua trança, quebrou o arco-íris
Omulu trouxe o chumbo e o chocalho de guizos
Lançando a doença pra seus inimigos
E nana-buruquê trouxe a chuva e a vassoura
Pra terra dos corpos, pro sangue dos mortos
Exus na capa da noite soltara a gargalhada
E avisaram a cilada pros orixás
Exus, orixás, menino, lutaram como puderam
Mas era muita matraca e pouco berro
E lá no horto maldito, no chão do pendura-saia,
Zumbi menino lumumba tomba da raia
Mandando bala pra baixo contra as falanges do mal,
Arcanjos velhos, coveiros do carnaval
Dm7(9)
- irmãos, irmãs, irmãozinhos, por que me abandonaram?
Por que nos abandonamos em cada cruz?
- irmãos, irmãs, irmãozinhos, nem tudo está consumado
B7(#9) Bb7(9) Am7(11)
A minha morte é só uma: Ganga, lumumba, lorca, Jesus
Grampearam o menino do corpo fechado
E barbarizaram com mais de cem tiros
Treze anos de vida sem misericórdia
E a misericórdia no último tiro
Morreu como um cachorro e gritou feito um porco
Depois de pular igual a macaco
Vou jogar nesses três que nem ele morreu:
Num jogo cercado pelos sete lados
ESCADAS DA PENHA
João Bosco / Aldir Blanc
Am7(9)
Nas escadas da Penha
Penou no cotoco de vela
Velou a doideira da chama
G7
Chamou o seu anjo-de-guarda
Guardou o remorso num canto
Cantou a mentira da nega
Negou o ciúme que mata
Matou o amigo de ala tá lá
Dm7 Dm7/C
Tá lá o valete no meio das cartas
E7(#9)/B Am7(9)
No jogo dos búzios, tá lá
D7(9) G7(13)
No risco da pemba, no giro da pomba,
F7(13) Am7(9)
No som do atabaque, tá lá
Dm7 Dm7/C
E tá no cigarro, no copo de cana
E7(#9)/B Am7(9)
Na roda de samba, tá lá
G7(13) F#7(13)
Nos olhos da nega, na faca do crime
F7(13) E7
No caco do espelho, no gol do seu time...
Tá lá o amigo de ala
O amigo de ala
Matou o ciúme que mata
Negou a mentira da nêga
Cantou o remorso num canto
Guardou o seu anjo-de-guarda
Chamou a doideira da chama
Velou no cotoco da vela
Penou nas Escadas da Penha
Written by João Bosco / Aldir Blanc