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Db F Bbm D#m
Por um trilho estreito, entre samambaia, de chapéu de palha, eu ia pra mina
Ab Db
Enchia o corote, com a canequinha de água fresquinha, limpa e cristalina
Db F Bbm D#m
Depois me sentava no barranco ao lado e entusiasmado eu ficava olhando
Gb Db Ab Db
A queda da água rodando moinho e no ribeirãozinho o monjolo malhando
Gb Db Ab Db
À tarde eu deixava o monjolo parado, e o arroz socado eu levava pra janta
Gb Db Ab Db
Corria na venda, comprava envelope, voltava a galope no cavalo pampa
F Bbm Ab Gb Db
Tomava um traguinho, jantava bastante, achava importante escrever pros parente
Gb Db A Ab Db
Contando que a roça estava limpinha e que ninguém tinha ficado doente
Db F Bbm D#m
Mas minha pobreza foi contaminando aos pouco tirando esta felicidade
Ab Db
Embora a roça fosse um berço sagrado me vi obrigado a mudar pra cidade
Db F Bbm D#m
Passei a comer só arroz de pacote, troquei o corote por filtro esmaltado
Gb Db Ab Db
Nem carta escrevo, pois vivo sozinho, só vejo moinho no supermercado
Gb Db Ab Db
Se vejo monjolo é movido a motores, só em casa de flores, vejo samambaia
Gb Db Ab Db
Mas fico orgulhoso por ver margaridas limpando avenidas de chapéu de palha
F Bbm Ab Gb Db
A grande saudade, que tenho guardada, será revelada se um dia eu voltar
Gb Db A Ab Db
Então pedirei perdão ao presente pra eternamente na roça eu ficar
Written by Carlos Cezar / Morgato